Líderes de localização: Conheça Carrie Fischer
Conheça Carrie Fischer, Gerente de serviços de globalização da Subway e Diretora de programas de eventos e conteúdo para a comunidade global na Women in Localization (WIL). Com mais de 28 anos de experiência no setor de localização, Carrie vivenciou seu quinhão de mudanças no setor ao longo de sua carreira.
Enquanto o mundo lentamente deixa a COVID-19 para trás, sentamos com Carrie para para conversar sobre os efeitos da pandemia no setor e suas previsões para o futuro do mundo da localização após a pandemia. Leia sobre como a Subway impulsionou seus negócios para acomodar as restrições trazidas pela COVID e os esforços de localização que isso acarretou.
Quando a COVID surgiu pela primeira vez, quais foram seus impactos na Subway como empresa e em sua função como gerente de localização?
Enquanto o mundo lutava para lidar com as implicações do vírus sobre a saúde, a Subway precisou continuar atualizando suas políticas de saúde pública para garantir a conformidade uniforme das filiais da Subway em 110 países em todo o mundo. No entanto, como na época a compreensão do vírus era limitada, as políticas mudavam continuamente para acomodar novas descobertas. Às vezes, a mesma política chegava a mudar várias vezes em um único dia!
Como gerente de localização, eu era responsável por traduzir as políticas da Subway para 7 idiomas diferentes no site interno da empresa que eram então comunicadas às filiais locais pelos gerentes regionais em todo o mundo. Informações detalhadas como a política da empresa sobre recargas de refrigerante, uso obrigatório de copos descartáveis, higienização de banheiros e protocolo de uso de máscaras, tudo precisava ser simplificado e comunicado globalmente – rápido!
Além disso, como a maioria das frentes de loja da Subway em todo o mundo foram praticamente forçadas a fechar durante a noite, o aplicativo e o site da Subway tornaram-se essenciais para ajudar a manter a franquia lucrativa. Isso significava traduzir todo o conteúdo da Subway (inglês) em seu aplicativo norte-americano para o francês canadense, a fim de atender a população de língua francesa do Canadá.
Isso soa como um bocado de mudanças nos negócios em um curto espaço de tempo. Como você, como gerente de localização, atendeu à demanda?
Durante três meses – março, abril e maio – trabalhei 14 horas por dia, e também nos fins de semana, para dar conta do grande volume que chegava. Não havia tempo para mudar um processo ou implementar uma nova ferramenta. Eu fazia uma pausa para jantar e, logo depois, voltava a entrar on-line.
Para acompanhar o ritmo, eu trabalhava apenas com PSLs que apresentaram os mais rápidos tempos de resposta de tradução, como a BLEND. Como eu já tinha um processo e um fluxo de trabalho automatizado configurado com a BLEND desde o início, isso facilitava muito processar novos projetos. E não tinha que me preocupar em sobrecarregar a BLEND, por causa de sua rede de tradutores.
A BLEND tem uma grande oferta, assim tradutores individuais se inscreviam conforme a demanda e compartilharam seus tempos de resposta, tudo foi automático.
Conforme a abrangência de sua função se expandia, houve algum novo processo de localização útil que você colocou em prática?
No começo, eu só me esforçava para acompanhar. Com o tempo, comecei a delegar um pouco mais e fiz algumas mudanças pequenas, mas importantes, que ajudaram a aliviar o gargalo.
Estabeleci contato direto entre o gerente de projeto do aplicativo da Subway e nosso fornecedor interno de tradução. Antes da COVID, eu queria revisar tudo o que era traduzido… desse ponto em diante, nossa equipe aumentou e agora temos esse processo implementado. Estabelecer essa comunicação direta melhorou o tempo de resposta da tradução e reduziu a necessidade da minha presença.
Também ensinei outros membros da Subway mundo afora como usar nosso TMS. Assim, eu não precisava ficar trabalhando até a meia-noite e levantando às 5 da manhã para atender pedidos vindos da costa leste e da Europa. Essa foi a melhor coisa que já fiz!
Dar à equipe da Subway o poder de eles mesmos traduzirem os itens. Eles podiam fazer upload de seus projetos em nosso TMS, designar o fornecedor e recebê-lo em poucas horas – sem precisar esperar por mim. Também ajudou a fazer a Subway compreender o processo de tradução em geral. Esta política vai continuar mesmo depois que a COVID diminuir.
Em retrospecto, o que você acha que as empresas que foram altamente impactadas pela COVID, como os setores de alimentos, varejo ou hospitalidade, mais precisam de seus PSLs?
O óbvio – flexibilidade, rotatividade rápida, paciência, acomodação a horários esdrúxulos… Trabalhei muito com o Emi (gerente de contas da BLEND, Emanuel Dumitrache) e ele foi como uma brisa num incêndio! Eu enviava para ele um projeto atrás do outro a qualquer hora do dia e, independente do que fosse, Emi aceitava numa boa. Ele tinha um ótimo senso de humor, mesmo que as coisas fossem piores para ele do que para mim! O profissionalismo dele fez toda a diferença.
Como os gerentes de localização estão se preparando para o fim da COVID?
Acho que sempre temos que estar prontos para qualquer que seja o próximo estágio, e a COVID sempre será uma ameaça. Como empresas voltadas para hóspedes, aprendemos que precisamos mudar rapidamente para uma solução alternativa para entrar presencialmente em uma loja ou restaurante. A retirada na loja continuará a ser importante — acabamos de lançar esse modelo nos EUA, e é um serviço gratuito e sem contato.
Mudar para uma presença digital em geral é algo que vejo que se tornou cada vez mais importante. Essa é apenas a direção para onde o mundo está caminhando.